segunda-feira, 23 de junho de 2008

Arre, égua!

Perdoem-me, caros leitores de joão-ninguém, pelo mau português e erros de ortografia. Para os erros de concordância e blasfêmias eruditas, peço-lhes, imploro-lhes piedade. Bem, continuando a saga de teclar, hoje foi um dia muito interessante. Pra falar a verdade, ainda não sei mexer nesse blog. Tampouco sei o que escrever, como escrever, pra quem e o quê escrever. Em tese, escrevo. Em suma, prescrevo uma receita ao paciente invisível. Acho que meu blog não teve uma visita. Mas não importa, não preciso de visitas para a visualização de um obstáculo profundo de palavras incongruentes. Sim, continuemos a vida e o texto...
Há pouco avistei uma figura ilustríssima atrás de um trio elétrico dando voltas na praça pública, durante as comemorações juninas. Ela simplesmente estava trajada de uma blusa de alça cor preta com branca, tipo zebrinha, mas sem 'listras' (adooooro esta palavra!), com uma microssaia rosa clara. O mais legal desta roupa imponente é o tipo de calçado utilizado na combinação pitoresca. Simplesmete a mulher me põe uma bota até o ápice da patela, de cor marrom acinzentada, de bico fino, com um acabamento típico para vestes noturnas e invernísticas. Nada contra o traje, mas eu pensei em algo após ver essa criatura trajada de forma tão díspare para qualquer feito de Giorgio Armani. Infelizmente, na nossa simplérrima e sofisticada sociedade de consumo ininterrupto, a moda nos dita o que vestir, comer e dormir. Caso seu pijama não for de seda, ou viciado em costura manual, ou com um design arrojado e moderno, esqueça as noites de amor e gozo infinitas: você estará fadado(a) ao fracasso dominical, matinal, semanal... pois, se o seu marido ou esposa não vir alguma 'marca' no seu pijama, será batata: não se escutarão mais os segredos de liquidificador. Morreremos, certamente, de algum tipo de cisto peniano, ovariano, uterino, vaginal, de tanto néctar preso por não se ter o catalisador das delícias voluptuosas e inerentes aos seres humanos providos de gônadas e gônados (não sejamos preconceituosos, ora!). A menina trajada, voltando ao assunto, com certeza foi fisgada pela moda implacável. Ela nunca poderia deixar de ter uma bota daquelas, oras, que de tão cara, deve ter custado-lhe o resto da vestimenta combinativa para a felicidade dos que vêem e entendem de modística. O que era mais horrível disso tudo, era a forma de como as pessoas transmitem corporalmente o tipo de roupa ou combinação que vestem. Uma coisa é saber o que se veste, o porquê, o onde; outra, é, simplesmente pelo mandatório da nobreza sem possuir o bendito sangue azul do dólar eurístico, abusar de um bem tão nada a ver com a destreza e simplicidade que a pessoa explicita. Tá vendo que isso fica feio, menina? Não por você não ser merecedora da bota de bico fino de marfim, mas por você destacar a própria individualidade nesses crédulos e efêmeros dizeres de outrem que se julgam os senhores fazedores da inclusão social e beleza. E, através deste destaque, parecer mais uma réplica de 'coisa feia' do que sósia de modelos internacionais.
A menina, mesmo com a bota marrom acinzentada, era muito bonita. Ela tinha o cabelo preto, ondulado, tinha a pele marrom, cor de brown, o que é uma redundância feliz e poética. Nada disso vi quando a avistei do momento primeiro. E, com certeza, a segunda impressão é o que ela tem de melhor em meio às adversidades ilusórias de cores e objetos valorados erroneamente. Somente que, muitos homens e mulheres que lá se divertiam, com certeza não a viram deste jeito. Realmente, uma pena!

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