terça-feira, 5 de janeiro de 2010

2010.

Nesse início de 2010 foi tudo incrível: a chuva, a falta de energia elétrica que abastecia os freezers parcos de álcool e gelo. Tudo foi mágico: as milhares de contagens regressivas, pois cada relógio cabia uns minutos a mais ou a menos nesse tempo de milhares de mundos. Todos estavam lindos: vestidos brancos, para celebrar e pedir paz às forças cósmicas; amarelos, para que a prosperidade reine; verdes, para alguma coisa chamada esperança; com calcinhas vermelhas, para que o amor chegue neste novo ano de muitas expectativas. As cores, enfim, findavam na pequena rua mal-iluminada por gambiarras 220V, para uma corrente de 110V que chegava insistentemente. O meu réveillon não poderia ter tido outro sabor: era um agridoce ameno, com alguma coisa de céu ensolarado e de lua cheia que banhava aquela noite escura e de muitas cúmulo-nimbos. A chuva que caiu foi, certamente, para lavar as energias do ano que passara, trazendo novas auras e corpos novinhos em folha para os novos corações do novo tempo. Chegou 2010. Esse ano, que hoje completa 5 dias, será o meu ano. Será o ano de quem o elegeu para sua vida. Será o que quiser que ele seja, pois, a chuva e a falta de bebidas alcóolicas em uma vila perdida no vale mais lindo do planeta trouxeram a melhor lição que se poderia aprender nesses tempos de imaturidade e perplexidade: "somos responsáveis por aquilo que fazemos e, também, por aquilo que deixamos de fazer". Viva 2010!