sábado, 17 de outubro de 2009

"No intento da vida urbana,
onde as luzes se acendem em vasta imensidão
escura do sol que se pôs,
Em que lugar procurar o amor?
Em que esquina ele se esconde?
A que horas seu trem chega,
em que estação desembarca?
Em que lanchonete irá saciar a fome
de viagem longa,
de passeio incerto,
de veraneio cego,
de intento à procura incessante?
Onde, meu Deus, em que ilha deserta,
em que ponto de ônibus,
em que praia deserta,
em que areia amarela, cinza, branca,
em que lugar do mundo, do universo,
em que constelação estará?
Fico a olhar o céu, cheio de encantamentos,
pensando na rua deserta e iluminada,
com seus muitos carros e transeuntes.
Penso que perdi alguma coisa nessa azáfama
diária, nesse lugar limitado, nessa casa acima
dos morros e casas".
...
...

domingo, 11 de outubro de 2009

Amigos.

Eu não sei viver sem eles. E quando vem chegando o fim-de-semana, ah, fico numa saudade! Claro, cada um tem suas vidas, seus outros amigos, família e namorado(a). Mas, mesmo assim, a saudade não sabe ou não se contenta. Ela vem, bate e perdura até a segunda-feira, quando os reencontro e nos damos bom dia. É bom saber também que eles me amam. E isso se torna óbvio, pois, quando se é amigo de verdade, e a recíproca é verdadeira, dá pra sentir a energia boa, o brilho nos olhos e o bem-querer que se emana de cada gesto e conversa fiada. Eu os amo muito, percebi outro dia. É, porque amor que é amor, não "dá assim tão na cara de vez". Ele "se achega", vem de mansinho, se instala e fica lá assoviando para o alto, com cara de coerência, sem esperar que seja notado. Aí, quando se vê, ele arregala os olhos e se pergunta em pensamento: dã, só agora você percebeu, bicho? E com os amigos a coisa é ainda mais linda e complexa. Mesmo chatos ou insuperáveis nos defeitos mais esquisistos, a incondicionalidade do sentimento é superior a quaisquer dúvidas. Interessante isso. Até porque, gente, é incrível como não se precisa fazer nada para conquistar um amigo: o amor acontece sem que a gente espere muito dele, sem que haja um sentido ou caminho a seguir. Essa é a verdadeira conquista, o verdadeiro propósito da vida doida que segue infinita. E eu amo muito meus amigos. Sinto a falta deles no meu dia-a-dia, nos meus estudos chatos, nas minhas noites de chuva onde não se tem nada para pensar ou fazer. Agradeço todos os dias ao pensamento cósmico que rege o universo, pelo complexo fato de ter cruzado os nossos caminhos e feito surgir o encantamento inicial, coisa que nutrimos a cada dia, com uma pitada de tapas e risos mágicos, com um monte de estresse e cheirinhos bobos, com uma meia caixa de cerveja numa sexta-feira de estudos e sono. É, assim é minha vida e meu amor por eles. Amigos são tudo, são a família que a gente escolhe diante de um mundo tão grande, cheio de maldades e desalentos que se sobrepõem a tanta beleza e felicidade escondidas em algum canto de olho ou apertar de mãos.
...
Amo vocês, seus pestes insuportáveis.
=]