domingo, 28 de fevereiro de 2010

Autópsia.

Olá, voltei. Após tantas mil páginas abertas antes desta, reporto-me a algo meio que esquecido nessa atmosfera atordoada que envolve o céu do Rio Vermelho neste instante. É bom voltar ao íntimo, ao seu predileto espaço virtual, com sua cara, com as fotos do Rio e da sombra de quem pisa o seco árido do solo dantes mar. Volto aqui e sinto-me gota, às vezes espessa e muitas vezes imarcescivelmente rala para formar uma superfície espelhada, perdida em alguma fresta de janela ou pedra. Mas, o importante é que volto, volto sempre para relembrar-me, tecer-me, mirar o passado e os sentimentos nos dias que foram atordoados ou simples; de muito riso ou lágrimas... porém, sempre criativos, eu diria! Porque viver é isso mesmo, dorido, instável, bom. Cada dia que volto aos ares cibernéticos das minhas palavras, traço curvas do crescimento interior, num gráfico cheio de sigmóideas e retas infinitas. Isso não tem serventia nenhuma, creio eu, até pq curvas assim são pros espíritos iluminados que aterrissaram nesse planeta. O meu espírito, ainda não pensei sobre ele, se o pusesse em escala alguma, não transcreveria uma ascenção ou decréscimo à primeira vista; penso que faria um círculo, como uma cobra tentando engolir a própria cauda, numa tentativa comestível de renovação contínua. Mas, será mesmo verdade esta leitura de mim? Acho que deva ser por isso que sempre volto, sempre reporto o meu estado momentâneo de renascença, ao vivo, no instante do booooooooom meteórico das reviravoltas descontroladas de mim. Ultimamente, apesar de ter esquecido deste portal para minha consciência, muitas coisas mudaram. E eu não consigo descrevê-las todas, pois são muitas, num espaço muito curto de tempo entre elas, quando perceptíveis. Às vezes, o mundo lá fora não nos deixa ver, não é mesmo?
Então, hoje resolvi escrever como se eu estivesse defronte do diário anual da escala geométrica da minha passagem terrestre. Escrevo-me a mim mesma. Escrevo-me para dentro, mesmo formando palavras aqui fora. E foram tantas as decisões neste fim-de-semana fulgás! Como se isto só provasse que os pensamentos são mesmo, além de à prova de balas, mais rápidos que quaisquer outros corpos em movimento, que o próprio tempo, que o próprio espaço que se move, irremediáveis. Viver é uma loucura. E, realmente, deveríamos antes fazer um teste-drive e escolhermos se realmente gostaríamos ou não de aceitar o desafio.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sentido.

Hoje abracei os travesseiros. Hoje, impressionantemente hoje, fui buscar as chuteiras amarradas naquele tronco perdido no meio daquela floresta encantada de onde vim. Estranhamente pode parecer errado o regresso. Se está ou será, apenas o tempo vai mostrar o factível início do sim e do não. Querer voltar para o antes, para o mesmo, mesmo em outro tempo, em outra vida, em outro pacto, em outro assunto não me parece um efeito reverso. É só regresso. É só a volta, ou melhor, uma nova ida. O que buscarei além delas, amarradas onde desisti? saberei quando o primeiro nó do primeiro pé for apagado daquela estranha maneira de olhar o verde úmido e mais novo que dantes.
"tt's times like these, you learn to live again,
times like these, you give and give again,
it's times like these, you learn to love again,
it's times like these, time and time again".
Times like these, Foo Fighters.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

E segue...

Esses dias, desde o réveillon até esse último fim-de-semana antes do carnaval, foram laboriosos e interessantes ao mesmo tempo. Tenho cabeça apenas para os casos clínicos e assuntos mil que devo encrustar em minha cabeça até a prova no fim do ano. Gente, não é que está chegando mesmo? Virar gente é assim, complicado e gostoso. Às vezes bate um medo meio estranho, como se ainda fossemos embriões vendo a casca do ovo quebrar cedo demais. A coisa boa é que muita coisa está mudando para melhor, estou mais de palavras simples, sem querer muito impressionar o mundo lá fora. A única coisa que penso é de fazer tudo certinho, ser leal e fiel ao que aprendi e ao que sou. E assim, a vida vai seguindo, sem pressa pra algumas coisas, com uma azáfama para outras; sempre indo para frente, olhando para trás algumas outras tantas vezes para que o erro não se repita, para lembrar das coisas boas, para nunca perder a vontade de querer mudar o que está errado.