Outro dia uma amiga do interior, sabendo espertamente sobre minha monografia, perguntou-me sobre a temática pela qual me aporrinhei por meses a escrever. O título, nada esclarecedor, não ajuda a elevar minha alto-estima e egocêntrica vaidade. Claro, gozei-me, assim como minha amiga crítica literária, só de pronunciar o mote escolhido: Doenças de Acúmulo Lisossômico. -Hã?, disse ela e tantos outros que vieram indagar-me sobre pataquadas acadêmicas. Ao mesmo tempo que me gabava por um assunto tão microscópico, enchia-me de tédio olhar a estupefata cara de 'não entendi' da minha amiga tão interessada em trivialidades universitárias. A partir desse ponto, a conversa permeava-se de explicações, começando pela pergunta: - você sabe o que são lisossomos??? Caso a resposta fosse negativa, ia eu lá emprenhar-me de pensamentos biologísticos para esclarecer sobre esse orgânulo tão fundamental e visto somente ao microscópio eletrônico. Repetia: - lisossomos são um orgânulo citoplasmático que tem função de digestão celular. Quando positiva, já começava eu explanando sobre os malefícios que provocam a ausência de determinadas enzimas tão necessárias à degradação de subways, mc donalds e de todas as outras porcarias tão menos famosas e baratas que comemos em shoppings e biroscas diversas. E aí, pessoas do meu Brasil fantasmagoricamente varonil, quando aqueles hambúrgueres de minhoca com cheddar se acumulam nesses benditos e faltosos orgânulos, foi banda mel! Eles viram cada lisossomão! E isso traz um malefício absurdamente comprometedor para todo o corpo. Viram? não foi tão difícil e ardiloso assim.
Uma outra amiga minha, tão suficientemente paranóica com neurônios quanto Hannibal, trabalhou numa revisão sobre "o papel dos macrófagos da micróglia não-sei-fazendo-o-quê da esclerose múltipla". Provavelmente presepando, no mínimo, dentro das terminações nervosas do pensamento. Mas, a pergunta que não quer calar, ao ouvir esse tipo de tópico frasal é: - o quê?????. E nem adianta a cara de coerência de lier, fingindo um conhecimento de causa, pois não adianta. O que é mesmo micróglia???
Uma outra amiga minha, tão suficientemente paranóica com neurônios quanto Hannibal, trabalhou numa revisão sobre "o papel dos macrófagos da micróglia não-sei-fazendo-o-quê da esclerose múltipla". Provavelmente presepando, no mínimo, dentro das terminações nervosas do pensamento. Mas, a pergunta que não quer calar, ao ouvir esse tipo de tópico frasal é: - o quê?????. E nem adianta a cara de coerência de lier, fingindo um conhecimento de causa, pois não adianta. O que é mesmo micróglia???
Bem, caros colegas, a moral dessa história toda que vos apresento é, no mínimo, pitoresca. Não tenho idéia do porquê comecei a escrever toda essa joça sem nexo. E não tenho idéia do que seria a 'moral da história'. Acho que um pouco de picuínhas acadêmicas de conhecimento biologístico e médico nunca matou ningúem, né?
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