terça-feira, 17 de agosto de 2010

Alento.

O pensamento é forte, exato, e imperfeito.
Prende-me ao futuro inexistente,
à quimera imprudente e itinerante:
sofro-me por querer, por sentir-me completo
com esse pensamento impaciente,
querendo concretizar-se, aparecer-se.
O que mais questionar ao universo?
Tantos porquês ridículos, jogados à ventania
da inconstância do meu querer.
Viajo, abro-me, apesar de tudo,
ao infinito desejo da minha alma romântica,
sendo-me em outro plano tudo o que ela quer.
Ó, almazinha de primaz suicídio, de burrice incessante!
E o pior do que não saber-se, é agarrar-se a algo
tristemente lúcido e torto, como se fosse coisa torta junto.
O pensar é forte; o pesar, o estrupício, o arreio da minha alma.
Acredito nele como se fosse meu veneno de vida e morte,
como se houvesse não mais que esta saída para a felicidade
e plenitude que a aguardam em um universo paralelo que nunca virá.
Quantos mais porquês terei de prescrutar até
virar-me o pó de que sou feita para, finalmente,
achar a resposta para tudo isso?

...

Nenhum comentário: