"No intento da vida urbana,
onde as luzes se acendem em vasta imensidão
escura do sol que se pôs,
Em que lugar procurar o amor?
Em que esquina ele se esconde?
A que horas seu trem chega,
em que estação desembarca?
Em que lanchonete irá saciar a fome
de viagem longa,
de passeio incerto,
de veraneio cego,
de intento à procura incessante?
Onde, meu Deus, em que ilha deserta,
em que ponto de ônibus,
em que praia deserta,
em que areia amarela, cinza, branca,
em que lugar do mundo, do universo,
em que constelação estará?
Fico a olhar o céu, cheio de encantamentos,
pensando na rua deserta e iluminada,
com seus muitos carros e transeuntes.
Penso que perdi alguma coisa nessa azáfama
diária, nesse lugar limitado, nessa casa acima
dos morros e casas".
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